quinta-feira, 6 de junho de 2019

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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Restaurando um Irmão Rebelde


Restaurando um Irmão Rebelde

Vs. 19-20 – O assunto ao longo de toda esta passagem é em conexão com a restauração de indivíduos que saíram do caminho. Vimos os anciãos da assembleia orando em relação à restauração de um crente que esteve doente por causa da mão de castigo de Deus colocada sobre ele. Também olhamos Elias ilustrando a necessidade de orar em comunhão com a mente de Deus em conexão com pessoas que se desviaram. Mas agora, nestes dois últimos versículos do capítulo, temos o exercício de irmãos para ir atrás de um crente rebelde e trazê-lo de volta.
No caso da pessoa que esteve doente, Deus usou sua doença para trazê-lo de volta ao Senhor. Ao se voltar para os anciãos, ele está pedindo ajuda. Assim, o arrependimento está acontecendo no indivíduo. Mas na situação que estamos prestes a considerar, a pessoa não está pedindo ajuda. Portanto, o trabalho de arrependimento ainda não começou em sua alma. Este último caso, portanto, é muito mais difícil. Embora seja uma tarefa monumental, Tiago coloca a responsabilidade de seus irmãos para ir e trazê-lo de volta. Como eles podem fazer isso? Para que alguém volte para o Senhor, deve haver arrependimento – uma mudança de mentalidade e um julgamento sobre tudo o que foi feito de errado. Portanto, aqueles que procuram restaurar o irmão rebelde devem ministrar a ele de tal maneira que seu coração e consciência sejam alcançados.
Além disso, deve-se notar que aqueles que devem fazer este trabalho restaurativo não são necessariamente os anciãos da assembleia. Tiago simplesmente diz: “aquele que fizer converter”. Este “aquele” pode ser qualquer irmão ou irmã que tenha um cuidado em seu coração por essa pessoa rebelde. Somos todos “guardadores do nosso irmão” (Gn 4:9), e todos devemos nos importar o suficiente para ir atrás dele. Abrão foi atrás de Ló e o trouxe de volta (Gn 14:14-16). O apóstolo Paulo aborda este necessário ministério em Gálatas 6:1: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”. Nota: isso não requer um dom especial. A única coisa que é necessária é espiritualidade e um cuidado genuíno para com a pessoa que errou. Isso nos levará, não apenas a orar por ela, mas também a ir atrás dela e trazê-la de volta, se possível.
Tiago procura encorajar-nos nesta obra, dizendo: “Saiba que aquele que fizer converter [trouxer de volta – JND] do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados”. Isso não está escrito para o irmão que erra, mas para aqueles que se importam com ele. Isso mostra que trabalhar para restaurar almas é um trabalho gratificante. Deus concede gozo e um senso especial de Sua aprovação àquele que vai atrás de um irmão ou irmã rebelde. Salvar a pessoa “do erro do seu caminho” refere-se a ele ser impedido, pelo arrependimento, de ir mais fundo no pecado, e assim sofrer as consequências governamentais dele. A punição de Deus seguirá um crente em erro – até para encurtar sua vida na Terra pela “morte”. Muitos filhos rebeldes de Deus morreram prematuramente sob a mão castigadora de Deus por causa de sua falta de vontade em julgar o curso do pecado em que estavam. Eclesiastes adverte: “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco: por que morrerias fora de teu tempo” (Ec 7:17).
Aquele que procura restaurar o irmão que erra pode aprender dos pecados na vida da pessoa, mas “porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4:8) não espalhará essas coisas perante o mundo e não jogará mais lama no testemunho Cristão. O amor cobre o que foi julgado e colocado de lado.
Este trabalho de buscar o bem-estar e a restauração de outros é outra evidência de uma pessoa ter fé. Se realmente crermos no Senhor Jesus, amaremos os outros que crerem n’Ele, e se um desses crentes errar no caminho, o amor em nós procurará restaurá-lo (1 Jo 5:1). O amor divino em um crente buscará levar a pessoa em erro ao arrependimento, a fim de que julgue a si mesmo e retorne ao Senhor. Se alguém não é um verdadeiro crente, mas um mero professo, ele não se preocupará com uma pessoa rebelde, e assim manifesta a evidência de que ele não é verdadeiramente um crente.

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Em resumo, vimos Tiago desafiando aqueles que têm fé a exibi-la de várias maneiras nas situações cotidianas da vida, de modo que seja claro para todos que eles são verdadeiros crentes no Senhor Jesus Cristo.

Elementos da Oração de Elias no Carmelo


Elementos da Oração de Elias no Carmelo

  • Inteligência – Ele disse: “ruído há duma abundante chuva” (v. 41). As pessoas se voltaram para o Senhor e, como resultado, Elias sabia que a vontade de Deus seria abrir os céus e enviar chuva, porque Deus sempre recompensa a obediência (Dt 11:13-15; 1 Jo 5:14 – “segundo a Sua vontade”).
  • Comunhão“Elias subiu ao cume do Carmelo” Isso implica proximidade com Deus (v. 42a; Jo 15:7 – “Se vós estiverdes em Mim ...).
  • Humildade – Ele “se inclinou por terra” (v. 42b).
  • Dependência – Ele “meteu o seu rosto entre os seus joelhos” (vs. 42c).
  • - Ele disse: “Suba agora, olhe para o mar” (v. 43a; Cl 4:2; Ef 6:18 – “vigiando”).
  • Perseverança – Ele disse: “Torna lá sete vezes” (v. 43b; Ef 6:18 – “com toda a perseverança”).
  • Confiança – Ele disse: “Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro” (v. 44; 1 Jo 3:21-22 – “Temos confiança para com Deus”).


Orações de Elias


Orações de Elias

Vs. 16b-18 – Tiago passa a nos dar algumas palavras encorajadoras em conexão com o poder da oração. Ele diz: “A fervorosa súplica do homem justo tem muito poder” (JND). Para ilustrar o poder da oração, ele nos dirige a duas orações de Elias (1 Rs 17-18). A fim de negar qualquer pensamento em nossas mentes de que esse homem era algum super-crente cuja vida de oração nunca poderíamos igualar, Tiago nos lembra de que ele era um homem “sujeito à mesmas paixões que nós”. Elias teve seus fracassos, mas Deus ainda respondeu suas orações de maneira notável. Elas foram respondidas de acordo com a bondade do coração de Deus, não de acordo com a fidelidade de Elias. Isso deve nos encorajar a orar.
Em conexão com a primeira oração de Elias – “que não chovesse” – não devemos olhar para ela por suas qualidades imprecatórias, mas por seu exemplo de orar de maneira inteligente e conforme a mente de Deus. Ele sabia, pelas Escrituras, que se o povo se afastasse de Deus, Ele os castigaria com a retenção da chuva (Lv 26:1-20; Dt 11:17). Como o reino do norte de Israel (as dez tribos) se afastou de Jeová e adotou a adoração de baal como religião, Elias soube o que estava por vir e orou em sintonia com os caminhos de Deus no assunto. Não cabe a nós, nessa economia Cristã, orar contra as pessoas de maneira imprecatória – isto é, invocar maldições e julgamentos sobre elas. Elias não é um exemplo para nós nisso.
A segunda oração de Elias no Monte Carmelo está registrada em 1 Reis 18:41-45. É em conexão com a restauração da nação de Israel que se afastou de Jeová e sua consequente bênção. Três anos e meio depois da primeira oração, Elias “orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto” (v. 18). Isso é algo que certamente queremos imitar em nossas orações. Devemos desejar o bem e a bênção de todos os homens, e devemos orar para esse fim. Foi isso que Elias fez.
Tiago não menciona a seriedade com que Elias orou naquela ocasião. Mas, voltando-se para o relato de 1 Reis 18, vemos muitos elementos significativos de oração fervorosa por esse homem justo – todos os quais precisamos ter em nossas orações.

Doença por Causa de Pecado


Doença por Causa de Pecado

O Sr. Darby escreveu: “Eu não duvido que uma grande parte das enfermidades e provações dos Cristãos sejam castigos enviados por Deus por causa de coisas que são más aos Seus olhos, e que a consciência deveria ter prestado atenção, mas que negligenciava. Deus foi forçado a produzir em nós o efeito que o julgamento próprio deveria ter produzido diante d’Ele (“The World or Christ, pág. 10”).
Se a doença da pessoa é o resultado do tratamento de Deus com ele devido a pecados específicos em sua vida, e ele se arrepende, Tiago diz que seus pecados “serão perdoados”. Ele afirma isso como uma promessa. Este é um exemplo de onde o perdão governamental e o perdão administrativo se unem. O perdão governamental tem a ver com Deus vendo arrependimento em um dos Seus filhos errantes e levantando a disciplina (castigo) que Ele pode ter colocado sobre ele. Segue-se o perdão restaurativo, que tem a ver com a pessoa errante sendo restaurada em sua alma à comunhão com Deus por meio da confissão de seus pecados (1 Jo 1:9). O perdão administrativo tem a ver com os anciãos (agindo em conjunto com a assembleia) administrando o perdão a um crente arrependido (Jo 20:23). Pode também estar relacionado com a restauração de uma pessoa à comunhão dos santos, se ela tivesse sido excluída da mesa do Senhor (2 Co 2:10).
Vale ressaltar que há duas palavras diferentes usadas aqui na língua original que são traduzidas como “doentes”. A primeira ocorrência (v. 14) tem a ver com a doença no corpo, mas a segunda ocorrência tem a ver com angústia e opressão da mente (v. 15). O segundo uso da palavra só é usado em outro lugar na Escritura, onde diz: “para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos [mentes – JND] (Hb 12:3). Isso indica um sofrimento mental. Nosso ponto em mencionar isso é que seja a dificuldade física ou mental, o Senhor pode usar a oração de fé dos anciãos para levantar o doente.
Essa passagem mostra que doenças físicas ou aflições mentais podem estar ligadas ao baixo estado espiritual de uma pessoa. Como observado, o contexto dessa passagem em Tiago tem a ver com curar a doença devido ao pecado na vida de alguém. No entanto, o fato de que diz: “Se houver cometido pecados ... mostra que nem toda doença é um resultado da provação governamental de Deus por causa de um curso de pecado na vida de uma pessoa. A esse respeito, o Sr. Darby escreveu: “Seria, no entanto, incorreto supor que todas as aflições são tais (pecados). Embora sejam assim às vezes, nem sempre são enviadas por causa do pecado”. Assim, os anciãos podem ser chamados a orar por uma pessoa quando não há nenhum pecado específico envolvido. No entanto, de 1 João 5:16, aprendemos que os anciãos precisam ter discernimento espiritual sobre se devem orar pelo indivíduo dessa maneira. Ele diz: “Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. Isso significa que, em alguns casos, se os presbíteros discernirem que se trata de uma doença “para morte”, talvez não se sintam à vontade para orar por cura.
Além disso, deve ser salientado que o doente deve “chamar” os anciãos. Os anciãos não devem interferir com o que Deus está fazendo na vida de uma pessoa e se oferecer voluntariamente para vir orar por eles. Deus honrará a fé do enfermo ao chamar os anciãos, mesmo que o chamado seja débil.
V. 16a – Tiago prossegue, mostrando que é possível que a cura, para a qual os anciãos foram chamados a orar, seja impedida. Se a pessoa tem ofensas pendentes contra os outros que ele não tenha resolvido, ou ele guarda rancor contra alguém, ou ele não perdoa uma pessoa por algum motivo, ele precisará abordar essas coisas primeiro (Mt 5:23-24; Mc 11:24-26). Tiago diz: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados” (AIBB). O uso das palavras “portanto” e “para” mostra que acertar essas coisas está ligado ao processo de cura. Assim, a confissão a que Tiago se refere aqui é aquela que a pessoa que deseja ser curada precisa fazer a quem ela ofendeu, de modo que não haja nada de sua parte que pudesse impedir o processo de cura.
No Cristianismo, deve haver uma abertura e transparência entre os irmãos. Se ofendermos alguém – e “em muitas coisas [frequentemente – JND] o fazemos (cap. 3:2) – devemos querer consertar nossa ofensa com aquele a quem ofendemos. E assim, Deus ficaria feliz em responder nossas orações sobre a nossa cura física. Tiago não está encorajando os santos a revelar aleatoriamente seus pecados uns aos outros que eles cometeram antes de serem salvos – que foram julgados e lavados no sangue de Cristo. Este seria um exercício inútil e, em muitos casos, bastante contaminador. A confissão que Tiago está se referindo aqui é sobre uma ofensa de que a pessoa em busca de cura possa ser culpada, e talvez tenha causado uma ruptura na comunhão entre irmãos. Seu ponto é que não podemos esperar ser curados de uma doença física, fazendo com que os anciãos orem por nós, se tivermos algum assunto que não esteja resolvido com um irmão ou uma irmã.

A Oração dos Anciãos


A Oração dos Anciãos

Vs. 14-15 – Sob o antigo pacto, Deus foi fiel a tudo o que Ele prometeu. Mesmo quando eles se afastaram d’Ele, e Ele teve que castigá-los, Ele Se lembrou deles em misericórdia (Hc 3:2) e deu-lhes manifestações de Seu poder de cura quando alguns estavam doentes. Os estranhos acontecimentos que ocorreram no “tanque de Betesda” são um exemplo disso (Jo 5:1-5). Um anjo descia em certos momentos e agitava as águas do tanque e a pessoa que entrasse nele primeiro, era curada. Como esses atos de misericórdia eram intermitentes, uma pessoa teria que esperar bastante tempo para que tal ato de Deus acontecesse – e a bênção que era dispensada sempre se baseava em uma pessoa ter que fazer alguma coisa para obtê-la (Gl 3:12).
Agora que esses judeus convertidos estavam reunidos em terreno Cristão e estavam na assembleia onde estava “o nome do Senhor”, eles tinham um recurso para casos de doença que era superior ao que tinham conhecido no judaísmo. Um doente poderia chamar “os presbíteros da assembleia” (JND) para que “orem sobre ele”. Eles o ungiriam “com óleo” em nome do Senhor Jesus, e “oração da fé” deles curaria “o doente”. Isso não era uma coisa intermitente, como era o caso do tanque de Betesda, mas algo que podia ser feito a qualquer momento. Ao chamar os presbíteros “da assembleia”, a pessoa manifestava fé no fato de que agora havia um novo lugar onde repousava a autoridade do Senhor – na assembleia de santos reunidos em Seu nome (Mt 18:19-20 1 Co 5:4).
Tiago diz: “O Senhor o levantará”. Nota: o poder de cura não está nos anciãos, embora alguns indivíduos naquele dia possam ter recebido o dom de curar (1 Co 12:9). Nem é o poder no “óleo” que os anciãos usam. Não é uma questão de quanta fé os anciãos têm ou quanta fé a pessoa doente tem, mas ter fé simples no Senhor Jesus em relação a esse poderoso ato de cura. É “o Senhor” Quem o levanta. Todo o crédito e louvor, portanto, devem ir para Ele.
Alguns pensaram que esse procedimento (de ungir uma pessoa doente com óleo) era uma provisão judaica especial para aquele dia em que as coisas estavam em transição do judaísmo para o Cristianismo, e, portanto, não é algo para os Cristãos hoje em dia. Isso é deduzido do fato de que os apóstolos usaram o óleo da unção em seu ministério terreno, que era um ministério que tinha a ver com o reino sendo estabelecido na Terra (Mc 6:13). Portanto, uma vez que somos cidadãos celestiais no Cristianismo (Fp 3:20), eles concluem que não devemos empregar tais rituais nesta economia. No entanto, existem coisas exteriores que são usadas nas ordenanças Cristãs; o pão e o vinho são usados no partir do pão, a água literal é usada no batismo e as coberturas da cabeça são usadas pelas irmãs. Estas são coisas exteriores que são usadas literalmente no Cristianismo hoje. Portanto, não há razão para pensar que o uso literal do óleo nesses casos seja algo que não deveria ser praticado no Cristianismo. H. A. Ironside menciona em seu livro sobre a epístola de Tiago que o Sr. Darby e o Sr. Bellett agiram nesses versículos em muitos lugares em Dublin, e houve muitas curas notáveis que resultaram disso. O Sr. J. B. Dunlop relata que ele pessoalmente pediu aos anciãos para orarem sobre ele em quatro ocasiões diferentes, e ele foi levantado cada uma das vezes.

FÉ PROVADA PELO NOSSO CUIDADO PARA COM O DOENTE (Física e Espiritualmente)


Fé Provada pelo Nosso Cuidado para com o Doente (Física e Espiritualmente)
Capítulo 5: 14-20

Vs. 14-18 – Na velha economia mosaica, se uma pessoa andava em retidão com Deus, lhe era prometida a misericórdia de Deus em sua vida cotidiana. Uma dessas misericórdias era ter boa saúde. Uma pessoa fiel e obediente poderia contar com sua preservação da doença (Êx 15:26; Dt 7:15). No entanto, no Cristianismo, isso não é necessariamente o caso, embora haja um cuidado especial de preservação para “os que creem” (TB), acima do cuidado que Deus tem para com todos os homens (1 Tm 4:10 – TB). Ser um crente no Senhor Jesus Cristo não significa que estamos isentos de ficar doentes. Por exemplo, o apóstolo Paulo andava com Deus, mas tinha “fraquezas” em seu corpo (2 Co 12:7-10). Nesta economia atual, Deus usa coisas como doenças no caminho de fé para nos ensinar lições valiosas e formar nosso caráter Cristão.
É, portanto, um erro pensar que o chamado do evangelho inclui uma promessa de riqueza e libertação da doença. Aqueles que pregam esse falso “evangelho da prosperidade” estão misturando princípios judaicos com o Cristianismo. Tal mensagem joga com a natureza ambiciosa de homens e mulheres caídos e os atrai para a profissão Cristã por segundas intenções – para obter saúde e riqueza. Em muitos casos, não houve um verdadeiro trabalho de fé em suas almas. A escritura indica que Deus pode permitir que a doença apareça em nosso caminho como um meio de nos corrigir, se necessário. Ou Ele pode permitir doenças em nossas vidas, mesmo quando estamos andando em retidão. Seja qual for o caso, se a doença nos toca, precisamos entender que tudo o que acontece em nossas vidas é permitido pelo Senhor para nosso bem e bênção. Não devemos ver uma doença vindo sobre nós como um acidente, mas ver a mão do Senhor nela. Este princípio foi mencionado no primeiro capítulo.

3) Fazendo Juramentos


3) Fazendo Juramentos (vs. 12-13).

Outra coisa que podemos ser tentados a fazer quando se aproveitam de nós é jurar que nos vingaremos. Tiago antecipa isso e diz: “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela Terra nem façais qualquer outro juramento” (v. 12). Nessas situações, podemos estar inclinados a pedir a Deus que julgue aqueles que nos ofenderam. Mas, como Cristãos, não somos fazer orações imprecatórias, isto é, invocar maldições e julgamentos sobre pessoas. O Senhor é o nosso exemplo nisso: “Quando padecia, não ameaçava” (1 Pe 2:23).
Nossa posição é esperar que o Senhor aja nesses assuntos. Julgamento é uma obra d’Ele, não nossa. Ele pode até corrigir algumas coisas antes do dia em que as coisas serão acertadas. Ele poderia muito bem fazer com que alguns corrigissem os erros que fizeram a nós – é Sua prerrogativa. Fazer juramentos e votos era prática comum na velha economia mosaica (Nm 30; Ec 5:4-6), mas invocar o nome de Deus, ou céu, ou Terra, no calor da paixão por razões retaliatórias contra o nosso os inimigos não é a maneira Cristã de lidar com os erros. Devemos simplesmente colocar o nosso “sim, sim” e nosso “não, não” em todas as nossas interações com os homens. Isto é, nossa palavra ao dizer “sim” ou “não” deve ser suficiente para que os homens confiem em nós, porque nosso caráter Cristão é tal que fazemos o que dizemos que vamos fazer, e não há necessidade de que reforcemos nossa palavra com juramentos.
Em vez de olhar para o céu e fazermos um juramento, Tiago nos diz que devemos olhar para o céu e “orar”. Ele diz: “Está alguém entre vocês aflito? Ore” (v. 13). Este é o verdadeiro recurso do Cristão que foi tratado injustamente. Mais uma vez, o Senhor Jesus é o nosso exemplo. Quando Ele foi maltratado, Ele “entregava-Se àqu’Ele que julga justamente” (1 Pedro 2:23).
Tiago conclui esse assunto dizendo: “Está alguém contente? Cante louvores”. Ao dizer isso, ele antecipou a fé dos santos subindo ao ponto em que eles receberiam essas coisas como vindas do Senhor em o espírito de louvor e ação de graças. Muitos santos perseguidos fizeram exatamente isso: eles se levantaram acima dos males contra eles de maneira tão significativa que realmente foram à morte cantando louvores ao Senhor! (At 5:41, 16:25, 10:34) Esta é a prova derradeira da realidade da fé de uma pessoa.
O grande ponto a ser notado em tudo isto é que Deus não é indiferente às injustiças do Seu povo. Ele lidará com tudo isso em Seu devido tempo. Enquanto isso, não devemos tomar o assunto em nossas próprias mãos e nos vingar. Devemos deixar isto ao Senhor: “Minha é a vingança, Eu retribuirei” (Rm 12:19 – TB). Até esse momento, a resposta para nós é “sofre as aflições [suporta os males – JND] em um espírito de longânime paciência (2 Tm 4:5). Isso manifesta a fé verdadeira que crê que o Senhor ajustará tudo corretamente em Seu tempo. Também praticamente manifesta o fato de que não estamos vivendo para este mundo, mas para outro mundo onde Cristo é o centro.

2) Reclamar

2) Reclamar (v. 9-11).


Outra tendência é “reclamar” sobre a situação. No entanto, reclamar manifesta um mau espírito; muitas vezes surge de não nos submeter ao que Deus permitiu em nossas vidas. Tiago, portanto, diz: “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros”. Ele também adverte que, se isso se tornar um problema crônico, Deus, nosso Pai, pode ter que lidar conosco de maneira governamental para corrigir nossa má atitude. Ele nos lembra de que “o Juiz está à porta”. Isto é, Deus nosso Pai está pronto para agir como um Juiz em nossas vidas, se necessário (1 Pe 1:17). A versão King James, a Almeida Corrigida e a Fiel dizem “condenado” e “condenação” (vs. 9, 12), mas deve ser traduzido “julgado” e “julgamento”. (Essa tradução incorreta também ocorre em João 3:18-19). A condenação é uma coisa irrevogável e final da qual uma pessoa não pode ser livrada. Todos no mundo que não são salvos estão atualmente “sob julgamento de Deus”, mas ainda não são condenados (Rm 3:19; Jo 3:36). O julgamento de Deus é algo do qual uma pessoa pode ser libertada, se vier a Cristo e ser salva (João 5:24). Ao fazê-lo, ela não apenas é liberta do julgamento, mas também é colocada em posição diante de Deus “em Cristo”, onde não pode entrar em “condenação” (Rm 8:1). Se, no entanto, os homens não crerem, seu “julgamento” será “condenação” (Rm 5:16).
Como um exemplo de como devemos nos comportar nessas situações difíceis, Tiago aponta para os profetas nos tempos antigos. Eles “sofreram” com “paciência”. Todos os que seguiram após eles no caminho de fé foram tidos como “abençoados” porque eles “suportaram” (AIBB) o sofrimento pacientemente (v. 11). Nós os respeitamos e honramos por suas vidas de zelo e devoção. Um dos patriarcas em particular (“Jó”) é colocado diante de nós como um exemplo da “paciência [perseverança – JND] que precisamos ter em nosso sofrimento. “O fim que o Senhor lhe deu” refere-se ao fim que o Senhor tinha em vista para Jó em sua provação. Ele era um homem bom que foi feito melhor, e assim “E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro” (Jó 42:12). Ele encontrou algo muito bom de fato ao suportar a provação.

1) Retaliação


1) Retaliação (v. 7-8).

A primeira coisa que Tiago aborda é a tendência de querer retaliar – se vingar. No entanto, ele não apresenta isso como resposta para seus irmãos sofredores. Em vez disso, ele diz: “Sede pois irmãos, pacientes até a vinda do Senhor” (v. 7). Esta é uma referência à Aparição de Cristo. (A verdade do Arrebatamento foi uma revelação exclusiva dada ao apóstolo Paulo para trazer aos santos; é improvável que fosse conhecido na época em que esta epístola foi escrita.)
Em resposta a essas injustiças, Tiago não diz: “Forme um sindicato, irmãos. Defenda seus direitos neste mundo e lute contra essas coisas”. Não, eles não deveriam lutar contra essas injustiças, mas esperar pacientemente pelo Senhor vir. Apenas como um lavrador (um fazendeiro), depois de semear a terra, deve esperar que “a chuva temporã e serôdia [as primeiras e as últimas chuvas – TB] cheguem antes de colher a lavoura, assim também esses irmãos que sofrem devem esperar pacientemente pela “vinda do Senhor” (v. 8). Eles precisavam mostrar sua fé tendo paciência e perseverança diante dessas injustiças de seus falsos irmãos (os judeus incrédulos). Isso é enfatizado pela palavra “paciência” sendo usada cinco vezes nesses poucos versículos. O apóstolo Pedro menciona isso dizendo: “mas se sofreis com paciência, quando fazeis o bem e por isso padeceis, isto é agradável a Deus” (1 Pe 2:20 – TB).
O ponto que Tiago está fazendo aqui é que os males deste mundo não serão corrigidos até que o Senhor apareça e tome as rédeas do governo em Suas mãos (Ap 11:15). Os Cristãos devem “ser pacientes” e esperar até lá. Assumir os erros da sociedade hoje em dia e tentar corrigi-los é agir no assunto antes que o Senhor o faça. Há um “tempo da correção [de reforma – ARA] vindo para este mundo (Hb 9:10); começará quando o Senhor intervier em juízo. Então a justiça reinará (Is 32:1).
Se vivermos qualquer período de tempo neste mundo, inevitavelmente encontraremos algo sendo feito a nós injustamente – no local de trabalho ou na vida privada. A luta entre capitalistas e a classe trabalhadora ainda existe hoje. O que os Cristãos devem fazer sobre as lutas empresariais e outras coisas injustas que ocorrem na sociedade? Eles não devem se juntar às confederações de homens que foram criadas para combater essas injustiças – por mais bem-intencionadas que sejam – mas simplesmente ser “pacientes até vinda do Senhor”. Haverá um tempo de corrigir os erros da sociedade quando o Senhor justamente julgar este mundo por mil anos (At 17:31). A Escritura não ensina que os Cristãos devem se envolver em resolver as coisas agora porque não somos deste mundo (Jo 18:36). Se sentirmos que fomos aproveitados, a Palavra de Deus diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm 12:19). Enquanto esperamos, devemos nos encomendar àque’Ele que julga retamente em todas essas coisas.
Essas situações são outra área da vida em que podemos manifestar a realidade de nossa fé. Já que somos objetos da graça de Deus, e recebedores de muitas bênçãos e privilégios espirituais, podemos nos dar ao luxo de mostrar graça aos outros – mesmo que eles nos tenham maltratado (Lc 6:28). Pode ser que tal atitude seja usada para converter alguns a Cristo (Rm 12:20-21; Pv 25:21-22).

Os Perigos de Reagir Injustamente às Injustiças Feitas Contra Nós


Os Perigos de Reagir Injustamente às Injustiças Feitas Contra Nós

Vs. 7-13 – Tendo advertido os incrédulos homens ricos nesta mistura de professos convertidos, Tiago retorna para se dirigir àqueles que são verdadeiros crentes, chamando-os de “irmãos”.
Essas pessoas pobres estavam sendo aproveitadas – especialmente no local de trabalho. A questão é: o que eles deveriam fazer sobre essas injustiças? Uma vez que existe uma possibilidade real de deixar que essas coisas, pelas quais fomos injustiçados, nos incomodar a ponto de entrarmos em um mau estado de alma, Tiago antecipa três respostas carnais que uma pessoa poderia compreensivelmente ter nessas situações, e exorta sua audiência de acordo.

Quatro Pecados Notáveis dos Ricos


Quatro Pecados Notáveis dos Ricos

Vs. 2-6 – Ele os acusou de quatro coisas específicas:
  • Acumular tesouros – vs. 2-3.
  • Tratar seus funcionários com fraudes – v. 4
  • Indulgência própria – v. 5
  • Perseguir seus irmãos (os justos) – v. 6 
O que estava no fundo de sua concupiscência desenfreada para obter riqueza e poder era o pecado de cobiça. Isso os impulsionou em suas más práticas. Era especialmente triste que essas más práticas fossem feitas à custa daqueles com quem professavam fé mútua – seus próprios irmãos! Por isso, a mais forte repreensão da epístola é dada a esses falsos professos.
Vs. 2-3 – Mesmo que o pecado de ajuntar tesouro seja condenado na Escritura (Ec 5:10-13; Sl 39:6; Pv 23:4-5), esses judeus ricos, que estariam familiarizados com aquelas Escrituras, “entesouraram para os últimos dias”. Tiago adverte que o julgamento de Deus era contra essa prática. Para enfatizar a brevidade das posses materiais, ele diz a eles que suas “vestes estão roídas pelas traças” (TB) e que “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram”. Seus tesouros seriam corrompidos e se tornariam inúteis. O ponto aqui é que as riquezas podem ser acumuladas até o ponto de se tornarem estragadas e inúteis. Em uma nota muito prática, isso nos mostra que não é a vontade de Deus que as pessoas guardem roupas em seus guarda-roupas e estoquem pilhas de dinheiros nos bancos.
A Bíblia não diz que é um pecado ser rico, mas ensina que acumular riquezas é pecado. São as riquezas não consagradas que Tiago está repreendendo aqui. Na linguagem mais clara, o Senhor Jesus ensinou: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6:19).
A coisa triste sobre a riqueza que estes judeus adquiriram era que tinha sido obtida por meios injustos. Tiago garante que eles seriam recompensados ​​de acordo. Eles teriam os olhos abertos para ver o fim da sua riqueza: “sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne”. Esta é uma linguagem figurativa que indica que esses homens ricos teriam grande remorso pela perda de suas posses – sem mencionar a perda de suas almas (Mc 8:36). A lição aqui é que é tolice acumular as posses – seja comida, roupas ou dinheiro. Esses ricos reuniram tesouros para “os últimos dias”, mas não viveriam até os últimos dias para aproveitá-los, porque os romanos invadiriam e destruiriam a Terra.
V. 4 – O segundo grande pecado que estes ricos judeus eram culpados era de estar traindo seus trabalhadores por práticas fraudulentas. “o salário dos trabalhadores que ceifaram” em seus campos “foi retido com fraude” (ARA). Isso não foi um descuido de sua parte, mas uma ação deliberada de reter o salário de seus trabalhadores agrícolas pobres. O que tornou isso tão triste foi que muitos deles eram seus próprios irmãos, os quais professavam mutuamente fé no Senhor Jesus! Isto não foi apenas uma violação da Lei de Moisés (Lv 19:13; Dt 24:14-15), mas foi contrário aos ensinamentos do Senhor Jesus (Lc 6:31, 36). Também foi contrário ao ensinamento do apóstolo Paulo (Cl 4:1). É claro que sua profissão de fé não era verdadeira.
Tiago falou a esses homens ricos que Deus havia visto suas más práticas e que Ele ouvira os clamores de Seu povo sofredor. “os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos”. Podemos ser tentados a pensar que o Senhor é indiferente às injustiças que são feitas contra nós, mas não é verdade. Só porque Ele não age segundo o nosso calendário não significa que Ele não Se importa. O apóstolo Pedro lembra a todos os que podem ser tentados a pensar tais coisas: “Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7). O Senhor está profundamente interessado em tudo o que toca o Seu povo (Êx 2:23-24; Zc 2:8). O ponto em mencionar “o Senhor dos Exércitos” aqui é destacar o fato de que aqu’Ele que comanda os exércitos do céu é forte na causa de Seu povo sofredor que é injustamente menosprezado. Os tratamentos governamentais de Deus com todos os que acumulam riquezas oprimindo seus empregados encontrarão sua justa retribuição.
V. 5 – O terceiro pecado desses homens ricos era de indulgência própria. Eles viviam de prazer e extravagância. Tiago diz: “Deliciosamente, vivestes sobre a Terra, e vos deleitastes”. Esse estilo de vida pode levar à insensibilidade às necessidades dos outros. Esses injustos a açambarcadores[1] colocavam o seu “eu” no centro de suas vidas, enquanto aqueles de quem se aproveitavam estavam em necessidade. Eles se “cevavam” a si mesmos “como num dia de matança”. Esta é uma imagem tirada de soldados avidamente saqueando os espólios de seus inimigos conquistados em uma disputa pela riqueza.
V. 6 – O quarto mal destes homens ricos foi a perseguição dos justos. Eles “condenaram e mataram o justo” cada um dos seguidores de Cristo. Ao fazer isso, eles estavam manifestando o mesmo caráter de incredulidade e iniquidade que tinham os judeus incrédulos que mataram a Cristo – “o Santo e Justo” (At 3:14). A matança dos justos aqui se refere à matança “judicial”. Isto é, esses homens ricos e iníquos conseguiriam que o sistema judicial executasse (falsamente) juízos sobre esses crentes justos. Isso é visto no fato de que sua condenação é mencionada antes de serem mortos. Essas pessoas pobres foram levadas a um tribunal e acusadas injustamente por esses homens inescrupulosos e iníquos (cap. 2:6). Não tendo meios de se defender, eles foram executados sob o sistema judicial. “Ele não vos resistiu” aparentemente se refere a essas pobres pessoas acusadas sem poder para resistir à injustiça.
Essas coisas nos mostram o que a cobiça pode nos levar a fazer. O que começou como uma ênfase indevida na acumulação de riqueza, terminou com a morte daqueles que estavam no caminho para atingir esse objetivo! Isso deveria ser um aviso severo para os Cristãos não se deixarem levar pela acumulação de riqueza. As riquezas não consagradas destruirão seus donos.


[1] N. do T.: o que adquire o controle sobre algo ou que chama algo a si, privando outros da respectiva vantagem.

FÉ PROVADA POR COMO MANEJAMOS INJUSTIÇAS


Fé Provada por Como Manejamos Injustiças
Capítulo 5:1-13

V. 1 – As coisas que estão diante de nós na primeira parte deste capítulo mostram claramente que alguns entre os professos convertidos ao Cristianismo definitivamente não eram salvos. A maneira como Tiago se dirige a esses “ricos” mostra que ele não os considerou crentes de forma alguma. Ele nem mesmo os chama de “irmãos” – que é como ele se dirigiu sua audiência até este ponto da epístola (cap. 1:2, 9, 16, 19, 2:1, 14, 3:1, etc.).
Tiago adverte esses falsos professores da certeza do julgamento vindouro. Ele diz a eles: “chorai, dando urros” (TB) porque suas “misérias” estavam prestes a vir sobre eles a qualquer momento, e eles perderiam tudo. O julgamento seria administrado contra eles por causa de sua falta de fé para com Deus e seu maltrato aos judeus crentes. Isso aconteceu na destruição de Jerusalém em 70 d.C. Historiadores nos dizem que a maioria dos Cristãos deixou a cidade de Jerusalém e a área circunvizinha antes que os exércitos romanos descessem sobre ela. Eles deram ouvidos ao aviso dado pelo Senhor em Lucas 21:20-24. Os judeus incrédulos não deram ouvidos à advertência e foram levados pelos romanos, e subsequentemente caíram sob esse julgamento. Tão certo era esse julgamento que Tiago diz a esses ricos para começarem a chorar agora.

Evidências do Julgamento Próprio e Restauração à Comunhão com Deus


Evidências do Julgamento Próprio e Restauração à Comunhão com Deus

Vs. 11-17 – Tiago aborda mais dois males no final do capítulo que parecem estar ligados ao assunto anterior. Ao trazer essas coisas aqui, o Espírito de Deus está nos mostrando que o arrependimento de uma pessoa deve evidenciar o fato de que ela realmente julgou a si mesma em conexão à carne e ao mundo. O primeiro é um espírito crítico (vs. 11-12), e o segundo é um espírito independente (vs. 13-17). Na raiz dessas coisas carnais e mundanas está na importância própria e a confiança própria. Uma delas tinha a ver com a sua atitude em relação à Lei de Deus e a outra tinha a ver com a sua atitude em relação à vontade de Deus.
Vs. 11-12 – Estes conversos professos estavam lutando e devorando uns aos outros (vs. 1-2); eles dificilmente se comportavam como Cristãos. Tiago prossegue para avisá-los sobre os efeitos negativos de falar “mal [contra – JND] uns dos outros”. (A palavra “mal” na versão King James e nas em português neste versículo deve ser traduzida “contra”. Ele não está falando de ter que lidar com o mal em um irmão ou uma irmã, mas sim de ter um espírito crítico.)
Ele expõe esse pecado nos mostrando que colocar os outros abaixo é realmente uma tentativa indireta de nos exaltar. A seriedade de ter um espírito crítico e censurador é que ele não apenas destrói a unidade que deveria existir entre os irmãos Cristãos, mas está realmente julgando a Lei. Isso ocorre porque a Lei nos ordena a fazer o oposto – amar nosso irmão – que é a lei real mencionada no capítulo 2. Portanto, a pessoa que critica seu irmão se propõe a ser superior à Lei, em vez de se sujeitar a ela. A Escritura ensina que a única Pessoa que tem um lugar superior à Lei é o próprio Senhor – o “Legislador” (Is 33:22). Portanto, ao julgar seu irmão alguém está realmente se colocando no lugar do Senhor! Isso mostra a seriedade de julgar nosso irmão. A pessoa que julgou seu espírito carnal e mundano deixará de falar contra seu irmão. É outra evidência de que sua fé é real.
Vs. 13-17 – A segunda coisa que indicaria que uma pessoa realmente julgou seu mundanismo é deixar de viver na independência de Deus. As observações finais de Tiago no capítulo 4 são uma repreensão do espírito de confiança própria e independente que prevaleceu entre esses professos convertidos do judaísmo.
Essas pessoas professavam conhecer o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, mas a maneira como viviam traiu essa profissão que fizeram. Eles estavam fazendo seus planos como uma pessoa do mundo que não conhecia o Senhor – sem referência a Deus. Como exemplo, Tiago diz: “Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã” (vs. 13-14). Uma vez que nem eles, nem nós, sabemos o que o dia nos reserva, fazer tal ostentação é pura loucura. Toda essa linguagem indica arrogância e confiança própria, e é o resumo do espírito do mundo. Como mencionado, é na verdade planejar nossas vidas deixando o Senhor de fora. Salomão repreendeu este espírito mundano quando disse: “Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia” (Pv 27:1). O Egito é um tipo desse aspecto do mundo; significa o mundo em sua independência de Deus. Os egípcios não esperavam que Deus mandasse chuva para as colheitas, como os israelitas faziam (Tg 5:7); eles irrigavam suas terras para que não precisassem depender de Deus (Dt 11:10).
Eles podem ter pensado que uma pessoa deve envolver o Senhor em sua vida quando se trata de coisas espirituais, mas em coisas seculares não é necessário incomodar o Senhor com trivialidades terrenas. No entanto, esse raciocínio revela uma falta de entendimento. Muito pelo contrário, o Senhor está interessado nas decisões cotidianas da vida de um crente. Ele quer nos ajudar a tomar decisões corretas no temor de Deus, para que possamos ser preservados das muitas armadilhas da vida e, assim, fazer parte de todos os aspectos de nossas vidas.
Ao repreender esse espírito independente, Tiago faz referência à brevidade da vida na Terra. Se vivemos nossas vidas somente por coisas temporais, sem que o Senhor seja parte disso, nossa vida será apenas “um vapor” (v. 14). Um vapor não é apenas algo que só dura “por um pouco” de tempo, mas também é algo que não tem substância. Por isso, o ponto de Tiago aqui é que uma vida vivida sem referência ao Senhor é uma vida vazia. É uma lástima porque a vida é tão curta e o tempo perdido não pode ser recuperado.
Ele não está dizendo que um Cristão não deve fazer planos na vida. O apóstolo Paulo certamente fez, mas acrescentou aos seus planos as palavras: “Se o Senhor permitir” (1 Co 16:5-8; Rm 10:1). Isso mostra que ele submeteu seus planos ao Senhor. Como Cristãos, não somos “do” mundo, mas estamos “no” mundo e, portanto, não podemos deixar de ter interações com pessoas mundanas nele (Jo 17:14-16). Como vivemos no mundo, nossos negócios e responsabilidades terrenas devem ser realizados em humilde dependência do Senhor. Tiago, portanto, sugere que eles digam: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo”. Isso traz o Senhor em cada situação de uma maneira prática. Esse tipo de dependência humilde manifestará a realidade da fé de uma pessoa.
V. 17 – Ele encerra este assunto com a seguinte declaração: “Aquele pois que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado” Ele não diz que fazer o mal é pecado, mas não fazer o bem é pecado. Isso mostra que o pecado não é apenas fazer aquilo que é errado, também é não fazer aquilo que sabemos ser o correto. Podemos chamar isso de “os pecados de omissão”. Assim, com o conhecimento vem a responsabilidade. Isso não significa que devemos fechar nossos olhos à luz e ao conhecimento (verdade), mas que devemos buscar a graça de Deus para fazer o que sabemos ser o correto. O ponto aqui é que a oportunidade de “fazer o bem” nos torna responsáveis ​​por fazê-lo.

O Necessário Estado de Alma para Enfrentar os Três Inimigos do Cristão


O Necessário Estado de Alma para Enfrentar os Três Inimigos do Cristão

Vs. 8b-10 – A linguagem que Tiago usa nos próximos versículos nos mostra que ele estava se dirigindo a uma ampla esfera de indivíduos – incluindo aqueles que eram meros crentes professos. Era verdadeiramente uma multidão mista. A atividade desses três inimigos de Deus e do homem, se deixados sem controle na vida de um crente, o levará longe de Deus, moral e espiritualmente. Ele não perderia a salvação eterna de sua alma, mas seu desfrute de comunhão com o Senhor seria perdido. Sua vida pode ficar tão carnal e mundana que pode ser difícil saber se ele é verdadeiramente salvo. Para o mero crente professo, esses inimigos trabalharão para evitar que ele seja salvo (Ef 2:1-3).
Se esses inimigos devem ser vencidos, a pessoa precisa ser encontrada em um estado adequado de alma. Tiago, portanto, diz: “Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações”. Este é um chamado ao arrependimento. Isso mostra que aqueles a quem ele estava escrevendo estavam em um estado pobre no geral. Os versos 1-3 confirmam isso. Para aqueles que eram crentes, o arrependimento os levaria a uma restauração de alma e de comunhão com Deus (1 Jo 1:9). Para aqueles que eram meros crentes professos sem realidade interior, seria arrependimento que levaria à salvação de suas almas. Em ambos os casos, arrependimento e julgamento próprio eram necessários para que fossem trazidos à comunhão com Deus. Limpar as mãos implica separar-se das poluições do mundo. Purificar o coração implicaria em julgar a atividade da carne interior. Um é exterior e o outro é interior (veja também 2 Coríntios 6:14-7:1). Tal limpeza e purificação só poderia ser possível por meio da tristeza piedosa que leva ao arrependimento. Por isso, Tiago diz: “Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai” (v. 9). Ele acrescenta: “converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza”. Esta última observação mostra que precisamos levar a sério essas coisas na presença de Deus.
O resultado prometido é doce de fato. Ele diz: “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (v. 10). Se um crente realmente se humilha na presença de Deus sobre seu andar descuidado, a restauração é prometida – há sempre um caminho de volta para Deus. Deus é fiel; quando reconhecemos nosso fracasso, Ele nos levanta e nos restaura a comunhão Consigo mesmo (1 Jo 1:9). Humilhar-se em verdadeiro julgamento próprio é escrito no tempo verbal aoristo no grego; significa que isso deve ser feito de uma vez por todas. Portanto, deve haver uma convicção profunda e séria em nosso julgamento próprio para nos afastarmos do erro de nosso caminho – de uma vez por todas.
Se uma pessoa fosse um simples crente professo – o que alguns deles evidentemente eram – ela manifestaria isso não atendendo à repreensão, e continuando em seus caminhos carnais e mundanos. Assim, ela provaria que não tinha fé em nosso Senhor Jesus Cristo.

O Diabo


O Diabo

Vs. 7b-10 – Tiago continua falando sobre o terceiro inimigo do Cristão – o diabo. Como faraó tentou trazer os filhos de Israel de volta ao Egito depois que eles partiram (Êx 14), assim este inimigo tentará de atrair o crente de volta ao mundo. (O faraó é um tipo de Satanás). Portanto, Tiago diz: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós”. Podemos nos perguntar como devemos resistir a ele quando ele é muito mais forte que nós. É verdade; força por força não somos páreo para Satanás, mas temos Deus ao nosso lado. “maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4:4). Poderíamos ter pensado que Tiago teria nos dito para fugir do diabo – mas é exatamente o oposto. Devemos manter nosso terreno e não comprometer qualquer aspecto da verdade que nos foi dada.
A grande questão é: “Como vamos fazer isso?” Tiago passa a nos dar a chave para resistir ao diabo com sucesso. Resistimos a ele aproximando-nos de Deus. Isso pode ser visto no fato de que Tiago acrescenta à sua exortação a respeito de resistir ao diabo: “Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós” (v. 8a). Quando nos envolvemos em oração, leitura da Palavra de Deus e meditação (Hb 4:16, 10:19-22), nos aproximamos de Deus e Ele Se aproxima de nós. O resultado é que temos comunhão juntos. Se formos encontrados na presença de Deus, o diabo não ficará perto de nós. Ele não está confortável lá e vai fugir. Assim, somos libertos de seu assédio. A presença de Deus, portanto, é o lugar de segurança do crente. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e n’Ele confiarei. Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as Suas penas, e debaixo das Suas asas estarás seguro” (Sl 91:1-4). Esses versículos confirmam que a morada do Senhor é verdadeiramente um lugar de proteção para o crente. Figurativamente falando, é como uma poderosa fortaleza e um grande ninho de águia. O “caçador” (Satanás) não pode nos tocar quando estamos lá. Deuteronômio 33:12 indica a mesma coisa: “O amado do Senhor habitará seguro junto a Ele” (AIBB). O Salmo 143:9 também diz: “porque em Ti é que eu me refugio”.

Satanás treme ao observar,
O santo mais fraco se ajoelhar.

O Mundo


O Mundo

V. 4 – Tiago prossegue, falando do resultado inevitável de uma pessoa que vive em concupiscências incontroladas; ele se voltará para o mundo para satisfazer esses desejos. Quando a carne não é mantida sob controle na vida de um crente, ela funcionará em conjunto com o mundo e o diabo, e esses inimigos o afastarão de Deus, praticamente falando. Portanto, Tiago nos alerta contra o pecado de mundanismo. Ele diz: “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus?” (JND) (As versões King James e as em português acrescentam: “adúlteros”, mas há pouca ou nenhuma autoridade de manuscrito para isso. A Igreja é vista na Escritura no gênero feminino e não no masculino – 2 Co 11:2; Ef 5:23-32; Ap 19:7-9). O ponto que Tiago está fazendo aqui é que, voltar-se para o sistema mundano para satisfazer nossos desejos é um adultério espiritual; é realmente infidelidade ao Senhor. Amar as coisas passageiras deste mundo (1 Jo 2:17) é ser falso para com o Senhor. A concupiscência por bens materiais e prazeres é cobiça, que é idolatria (Cl 3:5). O mal da idolatria é que ela estabelece um ídolo em nossos corações que se rivaliza com Cristo por nossa atenção e afeições (Ez 14:3). Tudo isso é infidelidade espiritual para com Ele.
Além disso, “o mundo” está em estado de aberta rebelião contra Deus. Mostrou seu ódio por Cristo e expulsou-O. Como então qualquer Cristão de mente correta pode querer ter comunhão com o mundo? Fazer isso é infidelidade ao Senhor. Devemos ser amigáveis com as pessoas do mundo, mas não devemos ser amigos de pessoas mundanas. Falamos aqui de cumplicidade com o mundo, não de interações sob o “princípio da plena concordância” nos negócios, etc.

O mundo é visto de três maneiras diferentes nas escrituras: 
  • Como um lugar onde vivemos (planeta Terra) e para o qual Cristo veio para morrer pelos pecadores (Mc 16:15; At 17:24; 1 Tm 1:15; Hb 1:2).
  • Como um sistema de negócios e atividades que o homem organizou na tentativa de manter-se feliz e satisfeito em sua alienação de Deus. Já que o homem é uma criatura complexa com muitos interesses e desejos, o sistema mundial foi construído com muitos departamentos – político, comercial, religioso, entretenimento, esportes, etc. (Jo 16:33; Rm 12:2; Gl 6:14; 1 Co 2:12, 3:19; Tt 2:12; 2 Pe 1:4, 2:20; 1 Jo 2:16, 5:19). É uma sociedade da qual Cristo é excluído (Jo 1:10-11; 1 Co 2:6-8).
  • Como pessoas perdidas que estão envolvidas no sistema mundial (Jo 1:10b, 3:16-17, 17:23). 

Tiago está falando dos dois últimos aspectos do mundo. Ele diz: “Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Esta é uma declaração séria de fato. Ele está dizendo que nossa atitude para com o mundo declara claramente nossa atitude para com Deus. Se tomarmos uma posição com o mundo, estamos nos posicionando contra Deus! Não há nenhum ponto neutro nisso. A salvação nos mudou de inimigos de Deus para amigos de Deus (Rm 5:10). Quando uma pessoa responde ao chamado de Deus e vem a Cristo, ele, por sua confissão, está fazendo uma clara ruptura com o mundo que crucificou a Cristo. Virar-se depois de ser salvo e tomar uma posição de amizade com o mundo é uma negação prática de nossa confissão como Cristãos. Qualquer um que o faça, coloca uma dúvida sobre sua confissão se é verdadeiramente salvo. Continuar na amizade habitual com o mundo é evidência de incredulidade, e isso pode significar que ele não seja salvo de forma alguma. Tiago, portanto, usa o princípio da separação do mundo como outro teste da veracidade da fé de uma pessoa.
V. 5 – Ele diz: “Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Seu ponto aqui é que a Escritura não nos adverte desses tipos de desejos mundanos sem razão; eles são muito perigosos e “combatem contra a alma” (1 Pe 2:11). Tiago está nos perguntando se realmente pensamos que o Espírito de Deus habitando em nós nos levaria a desejar as coisas do mundo. Seria absurdo pensar que o Espírito de Deus levaria um Cristão a algo que é tão odioso para Deus.
Ao ler este versículo, podemos nos perguntar qual escritura do Velho Testamento que Tiago estava citando. No entanto, ele não estava se referindo a um verso específico, mas estava falando de todo o teor da Escritura. A mensagem da Escritura, em geral, condena as concupiscências mundanas. Assim, como eles poderiam pensar que Deus seria feliz com eles buscando um curso de amizade com o mundo – ou as pessoas ou com o sistema?
Vs. 6-7a – Tiago antecipa alguém afirmando que não podia romper os laços das relações estabelecidas há muito tempo que tinha no mundo, e responde: “Antes, Ele dá maior graça”. Isto é, independentemente de quão forte é a atração do mundo, a graça de Deus é suficiente para enfrentá-lo e vencê-lo. Ele dará graça a toda pessoa exercitada para que ela possa vencer o mundo e se afastar dele. Tudo o que temos que fazer para receber essa grande graça é nos humilharmos perante Ele. Assim, Tiago diz: “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes”. O orgulho – o desejo de ser bem visto por certas pessoas – está muitas vezes na raiz da falta de vontade de uma pessoa em claramente romper com o mundo. Se um crente preza suas amizades com o mundo mais do que sua amizade com o Senhor Jesus, e coloca as reivindicações dessas amizades adiante das de Cristo, então, entenda que Deus resiste aos orgulhosos; Sua graça não será dada a tal. Mas se uma pessoa é verdadeiramente exercitada sobre os jugos desiguais que tem com o mundo (2 Co 6:14-17) e se humilha perante Deus, Ele derramará Seu suprimento ilimitado de graça para a situação e o ajudará afastar-se de suas associações mundanas. Tiago, então, dá a única conclusão lógica para todo o assunto: “Sujeitai-vos pois a Deus”. Isto é, “submeta-se” a Ele (ao que Ele disse em Sua Palavra em relação ao mundo) e busque a Sua graça para se afastar do mundo e de suas associações. Submeter-se a Deus é onde reside o poder para a vida Cristã.

A Carne


A Carne

V. 1 – Tiago fala primeiro sobre a atividade da carne – a natureza caída pecaminosa em um crente. Ele pergunta: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?” A palavra traduzida por “guerras” na língua original tem o sentido de uma longa e prolongada batalha, enquanto “pelejas [contendas – ARA] se referem a uma luta específica. Isso mostra que alguns problemas de conflito entre irmãos têm uma história de longa data e que outros são simplesmente casos isolados.
Ao perguntar isso, Tiago queria que eles considerassem o que estava na origem de seus conflitos e julgassem sua raiz. (Algumas traduções realmente usam a palavra “fonte” neste verso). Ele responde à sua pergunta com outra pergunta: “Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” O uso que Tiago faz de “membros” aqui não está se referindo à nossa participação no corpo de Cristo, mas aos membros de nossos corpos físicos. Além disso, a palavra “concupiscência” na versão King James deve ser traduzida como “deleites [prazeres – ARA]. Isso indica que eles não apenas tinham desejos de concupiscência (ou seja, grande desejo de bens e gozo material) em seus corações, mas que eles estavam gratificando esses desejos entregando-se a prazeres pecaminosos. Assim, ao fazer esta segunda pergunta, Tiago estava apontando para a evidência de um sério problema espiritual em suas almas. Eles estavam dando permissão para a carne em suas vidas, e isso estava apenas despertando a carne mais e mais, e ela estava se manifestando em outras áreas além da busca de prazer – estava alimentando os conflitos que eles estavam tendo em seus relacionamentos pessoais. Isso nos mostra que o problema dos conflitos entre os irmãos pode ser rastreado à permissão da carne num curso descontrolado em outras áreas de nossas vidas pessoais. Todas estas coisas correm do mesmo sistema de raízes – a carne.
Este estado de coisas entre irmãos certamente não é a vontade de Deus. Em Efésios 4:1-4, o apóstolo Paulo ensinou que a primeira responsabilidade que temos, como parte do corpo de Cristo, é guardar a unidade do Espírito. Ele disse que isso só pode ser alcançado quando cada membro do corpo é marcado por humildade, mansidão, longanimidade e paciência. O assunto da interação dos membros do corpo de Cristo, no entanto, não é a linha de ministério de Tiago e, portanto, não é mencionado aqui. No entanto, o amor e a unidade entre os crentes são temas que correm por todo o Novo Testamento e são o que deve caracterizar a Igreja em seu testemunho. É triste dizer que é o que tem faltado entre os Cristãos por séculos.
Vs. 2-3 – Esses versos nos dizem como a carne funciona para provocar guerras e contendas. Começa com a “concupiscência” desenfreada no coração para possuir algo. Isso é cobiça. A concupiscência pode tornar-se tão forte em uma pessoa que, em casos extremos, pode até “matar” (ARA) para alcançar esse objetivo. Quando a pessoa “não pode alcançar” e gratificar seus desejos de concupiscência, sua frustração será desabafada em outras áreas de sua vida. Ficará evidente na pessoa sendo uma fonte de problemas entre seus irmãos. Ele vai “combater e guerrear”. Também será evidente em sua vida de oração. Ou ele não orará sobre isso – “não pedis” – ou se ele orar, ele vai pedir “mal”, porque ele tem motivos errados. Já que seu objetivo é “para o gastardes em vossos deleites”, ele não recebe o que pede.
Isso nos mostra que Deus olha para o coração quando fazemos nossos pedidos de oração. Ele não apenas ouve nossas palavras, mas procura os motivos de nossos corações, e se Ele achar que temos segundas intenções nas coisas que pedimos, essas coisas não serão concedidas. Portanto, é bem possível orar por coisas completamente corretas com motivos completamente errados, e elas claramente serão negadas.
O pecado da cobiça age em todo coração humano (Mc 7:22), mas parece especialmente no coração de um judeu. A disputa como um todo parece estar inclinada em ganhar riqueza. Quando esse pecado corre sem controle na comunidade Cristã, certamente haverá conflitos e disputas. Quando levamos em consideração o fato de que algumas das pessoas a quem Tiago estava escrevendo não eram sequer salvas, é perfeitamente compreensível por que haveria tanta tensão. Um homem de mente celestial e um homem de mente terrena nunca verão as coisas da mesma maneira.
Para ajudá-los a ver a carne, o mundo e o diabo corretamente e julgar a atividade dessa coalizão maligna, Tiago toca em várias coisas horríveis que resultam da permissão desses inimigos reinarem de forma livre na vida de um Cristão. O caos que eles produzem em todos os aspectos da vida é terrível. 
  • Guerras e pelejas – v. 1a.
  • Busca de deleites – v. 1-2.
  • Falta de oração – v. 2b.
  • Cobiça – v. 3
  • Deslealdade a Cristo – v. 4a.
  • Mundanismo – v. 4b.
  • Falta de poder para resistir ao diabo – v. 7