sexta-feira, 17 de maio de 2019

Doença por Causa de Pecado


Doença por Causa de Pecado

O Sr. Darby escreveu: “Eu não duvido que uma grande parte das enfermidades e provações dos Cristãos sejam castigos enviados por Deus por causa de coisas que são más aos Seus olhos, e que a consciência deveria ter prestado atenção, mas que negligenciava. Deus foi forçado a produzir em nós o efeito que o julgamento próprio deveria ter produzido diante d’Ele (“The World or Christ, pág. 10”).
Se a doença da pessoa é o resultado do tratamento de Deus com ele devido a pecados específicos em sua vida, e ele se arrepende, Tiago diz que seus pecados “serão perdoados”. Ele afirma isso como uma promessa. Este é um exemplo de onde o perdão governamental e o perdão administrativo se unem. O perdão governamental tem a ver com Deus vendo arrependimento em um dos Seus filhos errantes e levantando a disciplina (castigo) que Ele pode ter colocado sobre ele. Segue-se o perdão restaurativo, que tem a ver com a pessoa errante sendo restaurada em sua alma à comunhão com Deus por meio da confissão de seus pecados (1 Jo 1:9). O perdão administrativo tem a ver com os anciãos (agindo em conjunto com a assembleia) administrando o perdão a um crente arrependido (Jo 20:23). Pode também estar relacionado com a restauração de uma pessoa à comunhão dos santos, se ela tivesse sido excluída da mesa do Senhor (2 Co 2:10).
Vale ressaltar que há duas palavras diferentes usadas aqui na língua original que são traduzidas como “doentes”. A primeira ocorrência (v. 14) tem a ver com a doença no corpo, mas a segunda ocorrência tem a ver com angústia e opressão da mente (v. 15). O segundo uso da palavra só é usado em outro lugar na Escritura, onde diz: “para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos [mentes – JND] (Hb 12:3). Isso indica um sofrimento mental. Nosso ponto em mencionar isso é que seja a dificuldade física ou mental, o Senhor pode usar a oração de fé dos anciãos para levantar o doente.
Essa passagem mostra que doenças físicas ou aflições mentais podem estar ligadas ao baixo estado espiritual de uma pessoa. Como observado, o contexto dessa passagem em Tiago tem a ver com curar a doença devido ao pecado na vida de alguém. No entanto, o fato de que diz: “Se houver cometido pecados ... mostra que nem toda doença é um resultado da provação governamental de Deus por causa de um curso de pecado na vida de uma pessoa. A esse respeito, o Sr. Darby escreveu: “Seria, no entanto, incorreto supor que todas as aflições são tais (pecados). Embora sejam assim às vezes, nem sempre são enviadas por causa do pecado”. Assim, os anciãos podem ser chamados a orar por uma pessoa quando não há nenhum pecado específico envolvido. No entanto, de 1 João 5:16, aprendemos que os anciãos precisam ter discernimento espiritual sobre se devem orar pelo indivíduo dessa maneira. Ele diz: “Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. Isso significa que, em alguns casos, se os presbíteros discernirem que se trata de uma doença “para morte”, talvez não se sintam à vontade para orar por cura.
Além disso, deve ser salientado que o doente deve “chamar” os anciãos. Os anciãos não devem interferir com o que Deus está fazendo na vida de uma pessoa e se oferecer voluntariamente para vir orar por eles. Deus honrará a fé do enfermo ao chamar os anciãos, mesmo que o chamado seja débil.
V. 16a – Tiago prossegue, mostrando que é possível que a cura, para a qual os anciãos foram chamados a orar, seja impedida. Se a pessoa tem ofensas pendentes contra os outros que ele não tenha resolvido, ou ele guarda rancor contra alguém, ou ele não perdoa uma pessoa por algum motivo, ele precisará abordar essas coisas primeiro (Mt 5:23-24; Mc 11:24-26). Tiago diz: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados” (AIBB). O uso das palavras “portanto” e “para” mostra que acertar essas coisas está ligado ao processo de cura. Assim, a confissão a que Tiago se refere aqui é aquela que a pessoa que deseja ser curada precisa fazer a quem ela ofendeu, de modo que não haja nada de sua parte que pudesse impedir o processo de cura.
No Cristianismo, deve haver uma abertura e transparência entre os irmãos. Se ofendermos alguém – e “em muitas coisas [frequentemente – JND] o fazemos (cap. 3:2) – devemos querer consertar nossa ofensa com aquele a quem ofendemos. E assim, Deus ficaria feliz em responder nossas orações sobre a nossa cura física. Tiago não está encorajando os santos a revelar aleatoriamente seus pecados uns aos outros que eles cometeram antes de serem salvos – que foram julgados e lavados no sangue de Cristo. Este seria um exercício inútil e, em muitos casos, bastante contaminador. A confissão que Tiago está se referindo aqui é sobre uma ofensa de que a pessoa em busca de cura possa ser culpada, e talvez tenha causado uma ruptura na comunhão entre irmãos. Seu ponto é que não podemos esperar ser curados de uma doença física, fazendo com que os anciãos orem por nós, se tivermos algum assunto que não esteja resolvido com um irmão ou uma irmã.

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