sexta-feira, 17 de maio de 2019

Evidências do Julgamento Próprio e Restauração à Comunhão com Deus


Evidências do Julgamento Próprio e Restauração à Comunhão com Deus

Vs. 11-17 – Tiago aborda mais dois males no final do capítulo que parecem estar ligados ao assunto anterior. Ao trazer essas coisas aqui, o Espírito de Deus está nos mostrando que o arrependimento de uma pessoa deve evidenciar o fato de que ela realmente julgou a si mesma em conexão à carne e ao mundo. O primeiro é um espírito crítico (vs. 11-12), e o segundo é um espírito independente (vs. 13-17). Na raiz dessas coisas carnais e mundanas está na importância própria e a confiança própria. Uma delas tinha a ver com a sua atitude em relação à Lei de Deus e a outra tinha a ver com a sua atitude em relação à vontade de Deus.
Vs. 11-12 – Estes conversos professos estavam lutando e devorando uns aos outros (vs. 1-2); eles dificilmente se comportavam como Cristãos. Tiago prossegue para avisá-los sobre os efeitos negativos de falar “mal [contra – JND] uns dos outros”. (A palavra “mal” na versão King James e nas em português neste versículo deve ser traduzida “contra”. Ele não está falando de ter que lidar com o mal em um irmão ou uma irmã, mas sim de ter um espírito crítico.)
Ele expõe esse pecado nos mostrando que colocar os outros abaixo é realmente uma tentativa indireta de nos exaltar. A seriedade de ter um espírito crítico e censurador é que ele não apenas destrói a unidade que deveria existir entre os irmãos Cristãos, mas está realmente julgando a Lei. Isso ocorre porque a Lei nos ordena a fazer o oposto – amar nosso irmão – que é a lei real mencionada no capítulo 2. Portanto, a pessoa que critica seu irmão se propõe a ser superior à Lei, em vez de se sujeitar a ela. A Escritura ensina que a única Pessoa que tem um lugar superior à Lei é o próprio Senhor – o “Legislador” (Is 33:22). Portanto, ao julgar seu irmão alguém está realmente se colocando no lugar do Senhor! Isso mostra a seriedade de julgar nosso irmão. A pessoa que julgou seu espírito carnal e mundano deixará de falar contra seu irmão. É outra evidência de que sua fé é real.
Vs. 13-17 – A segunda coisa que indicaria que uma pessoa realmente julgou seu mundanismo é deixar de viver na independência de Deus. As observações finais de Tiago no capítulo 4 são uma repreensão do espírito de confiança própria e independente que prevaleceu entre esses professos convertidos do judaísmo.
Essas pessoas professavam conhecer o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, mas a maneira como viviam traiu essa profissão que fizeram. Eles estavam fazendo seus planos como uma pessoa do mundo que não conhecia o Senhor – sem referência a Deus. Como exemplo, Tiago diz: “Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã” (vs. 13-14). Uma vez que nem eles, nem nós, sabemos o que o dia nos reserva, fazer tal ostentação é pura loucura. Toda essa linguagem indica arrogância e confiança própria, e é o resumo do espírito do mundo. Como mencionado, é na verdade planejar nossas vidas deixando o Senhor de fora. Salomão repreendeu este espírito mundano quando disse: “Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia” (Pv 27:1). O Egito é um tipo desse aspecto do mundo; significa o mundo em sua independência de Deus. Os egípcios não esperavam que Deus mandasse chuva para as colheitas, como os israelitas faziam (Tg 5:7); eles irrigavam suas terras para que não precisassem depender de Deus (Dt 11:10).
Eles podem ter pensado que uma pessoa deve envolver o Senhor em sua vida quando se trata de coisas espirituais, mas em coisas seculares não é necessário incomodar o Senhor com trivialidades terrenas. No entanto, esse raciocínio revela uma falta de entendimento. Muito pelo contrário, o Senhor está interessado nas decisões cotidianas da vida de um crente. Ele quer nos ajudar a tomar decisões corretas no temor de Deus, para que possamos ser preservados das muitas armadilhas da vida e, assim, fazer parte de todos os aspectos de nossas vidas.
Ao repreender esse espírito independente, Tiago faz referência à brevidade da vida na Terra. Se vivemos nossas vidas somente por coisas temporais, sem que o Senhor seja parte disso, nossa vida será apenas “um vapor” (v. 14). Um vapor não é apenas algo que só dura “por um pouco” de tempo, mas também é algo que não tem substância. Por isso, o ponto de Tiago aqui é que uma vida vivida sem referência ao Senhor é uma vida vazia. É uma lástima porque a vida é tão curta e o tempo perdido não pode ser recuperado.
Ele não está dizendo que um Cristão não deve fazer planos na vida. O apóstolo Paulo certamente fez, mas acrescentou aos seus planos as palavras: “Se o Senhor permitir” (1 Co 16:5-8; Rm 10:1). Isso mostra que ele submeteu seus planos ao Senhor. Como Cristãos, não somos “do” mundo, mas estamos “no” mundo e, portanto, não podemos deixar de ter interações com pessoas mundanas nele (Jo 17:14-16). Como vivemos no mundo, nossos negócios e responsabilidades terrenas devem ser realizados em humilde dependência do Senhor. Tiago, portanto, sugere que eles digam: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo”. Isso traz o Senhor em cada situação de uma maneira prática. Esse tipo de dependência humilde manifestará a realidade da fé de uma pessoa.
V. 17 – Ele encerra este assunto com a seguinte declaração: “Aquele pois que sabe fazer o bem e o não faz, comete pecado” Ele não diz que fazer o mal é pecado, mas não fazer o bem é pecado. Isso mostra que o pecado não é apenas fazer aquilo que é errado, também é não fazer aquilo que sabemos ser o correto. Podemos chamar isso de “os pecados de omissão”. Assim, com o conhecimento vem a responsabilidade. Isso não significa que devemos fechar nossos olhos à luz e ao conhecimento (verdade), mas que devemos buscar a graça de Deus para fazer o que sabemos ser o correto. O ponto aqui é que a oportunidade de “fazer o bem” nos torna responsáveis ​​por fazê-lo.

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