sexta-feira, 17 de maio de 2019

Quatro Pecados Notáveis dos Ricos


Quatro Pecados Notáveis dos Ricos

Vs. 2-6 – Ele os acusou de quatro coisas específicas:
  • Acumular tesouros – vs. 2-3.
  • Tratar seus funcionários com fraudes – v. 4
  • Indulgência própria – v. 5
  • Perseguir seus irmãos (os justos) – v. 6 
O que estava no fundo de sua concupiscência desenfreada para obter riqueza e poder era o pecado de cobiça. Isso os impulsionou em suas más práticas. Era especialmente triste que essas más práticas fossem feitas à custa daqueles com quem professavam fé mútua – seus próprios irmãos! Por isso, a mais forte repreensão da epístola é dada a esses falsos professos.
Vs. 2-3 – Mesmo que o pecado de ajuntar tesouro seja condenado na Escritura (Ec 5:10-13; Sl 39:6; Pv 23:4-5), esses judeus ricos, que estariam familiarizados com aquelas Escrituras, “entesouraram para os últimos dias”. Tiago adverte que o julgamento de Deus era contra essa prática. Para enfatizar a brevidade das posses materiais, ele diz a eles que suas “vestes estão roídas pelas traças” (TB) e que “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram”. Seus tesouros seriam corrompidos e se tornariam inúteis. O ponto aqui é que as riquezas podem ser acumuladas até o ponto de se tornarem estragadas e inúteis. Em uma nota muito prática, isso nos mostra que não é a vontade de Deus que as pessoas guardem roupas em seus guarda-roupas e estoquem pilhas de dinheiros nos bancos.
A Bíblia não diz que é um pecado ser rico, mas ensina que acumular riquezas é pecado. São as riquezas não consagradas que Tiago está repreendendo aqui. Na linguagem mais clara, o Senhor Jesus ensinou: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6:19).
A coisa triste sobre a riqueza que estes judeus adquiriram era que tinha sido obtida por meios injustos. Tiago garante que eles seriam recompensados ​​de acordo. Eles teriam os olhos abertos para ver o fim da sua riqueza: “sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne”. Esta é uma linguagem figurativa que indica que esses homens ricos teriam grande remorso pela perda de suas posses – sem mencionar a perda de suas almas (Mc 8:36). A lição aqui é que é tolice acumular as posses – seja comida, roupas ou dinheiro. Esses ricos reuniram tesouros para “os últimos dias”, mas não viveriam até os últimos dias para aproveitá-los, porque os romanos invadiriam e destruiriam a Terra.
V. 4 – O segundo grande pecado que estes ricos judeus eram culpados era de estar traindo seus trabalhadores por práticas fraudulentas. “o salário dos trabalhadores que ceifaram” em seus campos “foi retido com fraude” (ARA). Isso não foi um descuido de sua parte, mas uma ação deliberada de reter o salário de seus trabalhadores agrícolas pobres. O que tornou isso tão triste foi que muitos deles eram seus próprios irmãos, os quais professavam mutuamente fé no Senhor Jesus! Isto não foi apenas uma violação da Lei de Moisés (Lv 19:13; Dt 24:14-15), mas foi contrário aos ensinamentos do Senhor Jesus (Lc 6:31, 36). Também foi contrário ao ensinamento do apóstolo Paulo (Cl 4:1). É claro que sua profissão de fé não era verdadeira.
Tiago falou a esses homens ricos que Deus havia visto suas más práticas e que Ele ouvira os clamores de Seu povo sofredor. “os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos”. Podemos ser tentados a pensar que o Senhor é indiferente às injustiças que são feitas contra nós, mas não é verdade. Só porque Ele não age segundo o nosso calendário não significa que Ele não Se importa. O apóstolo Pedro lembra a todos os que podem ser tentados a pensar tais coisas: “Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5:7). O Senhor está profundamente interessado em tudo o que toca o Seu povo (Êx 2:23-24; Zc 2:8). O ponto em mencionar “o Senhor dos Exércitos” aqui é destacar o fato de que aqu’Ele que comanda os exércitos do céu é forte na causa de Seu povo sofredor que é injustamente menosprezado. Os tratamentos governamentais de Deus com todos os que acumulam riquezas oprimindo seus empregados encontrarão sua justa retribuição.
V. 5 – O terceiro pecado desses homens ricos era de indulgência própria. Eles viviam de prazer e extravagância. Tiago diz: “Deliciosamente, vivestes sobre a Terra, e vos deleitastes”. Esse estilo de vida pode levar à insensibilidade às necessidades dos outros. Esses injustos a açambarcadores[1] colocavam o seu “eu” no centro de suas vidas, enquanto aqueles de quem se aproveitavam estavam em necessidade. Eles se “cevavam” a si mesmos “como num dia de matança”. Esta é uma imagem tirada de soldados avidamente saqueando os espólios de seus inimigos conquistados em uma disputa pela riqueza.
V. 6 – O quarto mal destes homens ricos foi a perseguição dos justos. Eles “condenaram e mataram o justo” cada um dos seguidores de Cristo. Ao fazer isso, eles estavam manifestando o mesmo caráter de incredulidade e iniquidade que tinham os judeus incrédulos que mataram a Cristo – “o Santo e Justo” (At 3:14). A matança dos justos aqui se refere à matança “judicial”. Isto é, esses homens ricos e iníquos conseguiriam que o sistema judicial executasse (falsamente) juízos sobre esses crentes justos. Isso é visto no fato de que sua condenação é mencionada antes de serem mortos. Essas pessoas pobres foram levadas a um tribunal e acusadas injustamente por esses homens inescrupulosos e iníquos (cap. 2:6). Não tendo meios de se defender, eles foram executados sob o sistema judicial. “Ele não vos resistiu” aparentemente se refere a essas pobres pessoas acusadas sem poder para resistir à injustiça.
Essas coisas nos mostram o que a cobiça pode nos levar a fazer. O que começou como uma ênfase indevida na acumulação de riqueza, terminou com a morte daqueles que estavam no caminho para atingir esse objetivo! Isso deveria ser um aviso severo para os Cristãos não se deixarem levar pela acumulação de riqueza. As riquezas não consagradas destruirão seus donos.


[1] N. do T.: o que adquire o controle sobre algo ou que chama algo a si, privando outros da respectiva vantagem.

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